Allen Jones

Allen Jones

Nasceu em Southampton. Estudou no Hornsey College of Art (1956-59 e 1960-61) e no Royal College of Art (1959-60), onde foi colega de Kitaj, Peter Phillips, Hockney, Boshier e Caulfield. Participou na exposição "Young Contemporaries" (RBA Galleries, 1961) e na exposição "The New Generation:1964" (Whitechapel Art Gallery). Em 1963 realizou a sua primeira exposição individual (Arthur Tooth & Sons) e ganhou o Prix des Jeunes Artistes na Bienal de Paris. O seu trabalho desdobra-se por técnicas tão diversificadas como a litografia, aguarela, escultura, fotografia, vídeo e a realização de cartazes. Entre 1964 e 65 viveu em Nova Iorque, tendo aí realizado a sua primeira exposição em 1964. Foi em Nova Iorque que Hockney lhe chamou a atenção para a imagética fetichista comercial que impressionou Jones ao ponto de o levar, por volta de 1966, a adoptar um ilusionismo tridimensional (em vez das até então características composições sem profundidade espacial) e um muito mais explícito erotismo.
Tal como refere Marco Livingston, o trabalho de Jones explora fundamentalmente a natureza do acto criativo sob um ponto de vista simultanemante filosófico e pedagógico, procurando um equilíbrio entre intelecto e emoção, uma síntese entre contemplação e revelação dos sentidos. Influenciado por leituras de Nietzsche e Jung, inspirava-o particularmente, a ideia do acto criativo resultar de uma fusão das qualidades masculinas e femininas. Dance with the Head and the Legs (Dança com a Cabeça e as Pernas, 1963) evoca directamente uma passagem de Assim Falava Zaratrusta: "É assim que eu quero o homem e a mulher: um preparado para a guerra, outro para gerar, mas ambos com a dança na cabeça e nos pés". Muito característica do seu esquema compositivo preferido, nesta pintura o artista traça, sobre um campo de cor, uma presença central formada a partir de fragmentos de figuras, sem que outros elementos distraiam o olhar. Em Parachutist nº 2 (Paraquedista n.º 2, 1963) há uma mistura de abstracção e de figuração (Hoyland incitava Jones a prescindir do segundo elemento que, no entanto, se impunha, quase instintivamente, no seu trabalho). O formato desta tela foi recorrentemente utilizado pelo artista, que nela explora a presença de sensações de movimento através da cor.
Ana Vasconcelos e Melo